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domingo, 9 de janeiro de 2011

A história e origem dos Peixes.

A história e origem dos Peixes.





Dando seqüência a nossos pratos de botequim iniciados no ano passado, em conversa com o amigo Zé Luis, o mesmo me confidenciou ter uma certa predileção por “beliscar” um peixinho frito de tira-gosto, fato esse que pude acompanhar quando da inauguração do Restaurante de frutos do mar: Peixe do Ravel, na Vila Emil (Mesquita – RJ) no ano passado, ao vê-lo acompanhado de amigos, umas cervejas geladas, um bom papo e muito peixe frito para acompanhar.


Sendo assim estava em dívida com o amigo da história do Peixe, já que nosso propósito é além de culinário, fazer nosso blog ser também cultural. Portanto segue o que pude pinçar em nível de história para esse assunto.

A origem dos peixes : uma história contada a mais de
500 milhões de anos.

“Somos apenas peixes altamente avançados” (John A. Long). Uma das contribuições mais importantes para o percurso evolutivo do homem, foi a jornada dos peixes dos mares arcaicos para dar origem às criaturas terrestres. A evolução dos peixes tende a ser, muitas vezes, esquecida quando se conta a história da evolução dos vertebrados e, em particular, da espécie mais bem sucedida do planeta. Daí que me pareça oportuno revelar uma parte do nosso passado eventualmente desconhecido para a maioria dos leitores.

A enorme diversidade de peixes tal como conhecemos hoje com variadíssimas formas, cores, dimensões e estratégias de vida parece-nos um dado adquirido no entanto, nem sempre foi assim.

Tudo terá começado há cerca de 500 milhões de anos, muito antes dos Dinossauros povoarem a terra, no período Jurássico (há 205 milhões de anos), passando por diversas fases de um processo dinâmico de génese, adaptação e extinção. A história evolutiva dos peixes é tão mais impressionante como quando foi trilhada, enquanto continentes e clima se modificavam dramaticamente, ao mesmo tempo que ocorriam extinções em massa e transformações profundas da fauna e flora que moldaram a face do planeta.

Reconstruir o percurso evolutivo dos peixes até aos nossos dias é um desafio só possível graças “às histórias” gravadas na rocha (fósseis) que perduraram por milhões de anos, esperando pacientemente até serem novamente trazidas à luz. Alguns destes fósseis podem corresponder a peixes inteiros ou a uma simples escama, dentes ou pequenos ossos, que se vão encaixando num grande quebra-cabeças, graças à perseverança dos paleontologistas.

Segundo estes especialistas, o antepassado mais antigo dos peixes, parece ter sido um pequeno “monstro” em forma de minhoca, chamado Pikaia, proveniente do período Cambriano médio (540 a 510 milhões de anos) descoberto no Canadá. Pikaia, já possuia algumas das características únicas dos vertebrados contudo, a forma como este parente ancestral terá evoluído até aos primeiros peixes com coluna vertebral permanece um mistério, não obstante as diversas teorias existentes.

Desde a antiguidade que o homem busca alimentos no mar, rios e lagos. A pesca é uma arte muito antiga, uma forma que o Homem desde sempre utilizou para procurar alimentos. Para os fenícios e cartagineses, o peixe constituía a base principal da sua alimentação.

Na mesa dos gregos e dos romanos era possível encontrar mais de 130 variedades de peixes, entre os quais moluscos, crustáceos e mariscos. Em Roma e Atenas era até considerado vulgar, enquanto que a carne era vista como elemento nobre, que só alguns poderiam dar-se ao luxo de comer. O povo alimentava-se, então, de sardinhas, cavalas e carapaus.

Durante a Idade Média e a época renascentista, o consumo de peixe desenvolveu-se ainda mais, nomeadamente durante a quaresma e as vigílias religiosas. Em regiões costeiras consumia-se peixes de mar e em regiões interiores e montanhosas pescava-se em rios e lagos. Ao longo dos tempos, o consumo de peixe foi diminuindo em relação à carne, acompanhando assim a melhoria de vida dos povos.

A história evolutiva dos peixes, e a nossa, estaria incompleta se não falasse de uma das descobertas mais importantes do século XX. Em 1938, Marjory Courtenay-Latimer, enquanto procurava, num mercado ribeirinho próximo de East London na África do Sul, especímes para o Museu onde trabalhava deparou-se com um achado assombroso. A Jovem Ictiologista, dava ao mundo um fóssil vivo, o Celacanto (1) , Latimeria chalumnae, o único representante vivo da subclasse Crossopterigi, supostamente extinta há 50 milhões de anos.

Esta extraordinária descoberta trouxe à luz do dia uma das principais evidências para explicar as origens dos animais terrestres com locomoção quadrúpede. O Celacanto possui as estruturas óssea da pélvis e ombro suficientemente robustas para, facilmente, se adaptarem à locomoção terrestre e consegue mover um par de barbatanas peitorais (equivalente braços) e um par de barbatanas pélvicas (equivalente a pernas) de forma totalmente independente, como os animais de quatro patas. Na realidade, supôe-se que terá sido um parente muito próximo do Celacanto, um osteolepiforme, que terá dado origem aos primeiros anfíbios. Por sua vez, a diversificação dos anfíbios acabou por dar origem ao primeiro proto-réptil, há cerca de 320 milhões de anos. “O resto da evolução dos vertebrados foi simples, por comparação, sendo meramente a história das linhagens que vingaram a partir do padrão básico dos répteis”, até que à 5 milhões de anos sugiram os primeiros homnídeos.

Atualmente assiste-se a uma crescente preocupação em observar uma dieta alimentar saudável, pobre em gorduras e da qual o peixe deve fazer parte, garantindo uma alimentação correta e equilibrada. O peixe é um alimento rico em proteínas, cálcio e outros nutrientes, sendo muito saudável, além de delicioso.


Sardinha

A sardinha é um peixe que pertence à família Clupeidae e tem um nome científico Sardina pilchardus. Geralmente de pequenas dimensões (10 -15cm de comprimento), caracteriza-se por possuir apenas uma barbatana dorsal sem espinhos. Boca sem dentes e de maxilar curto, com as escamas ventrais em forma de escudo. É um peixe pelágico (nada livremente na coluna de água) e forma frequentemente grandes cardumes. Na sua composição, apresenta um importante lipídio: o Omega-3.

Prós e Contras

Tem sido comprovado em estudos atuais que o consumo de alimentos como a sardinha previne alguns tipos de doenças cardiovasculares, por conter uma elevada quantidade de ácidos gordos essenciais do tipo Omega 3 (gordura poli-insaturada) na sua composição nutricional. Salienta-se que o teor lipídico da sardinha varia ao longo do ano.


O efeito benéfico ao nível das doenças cardiovasculares proporcionado pelo consumo deste alimento advêm de:

• Diminuição dos triglicerídeos e colesterol total no sangue;

• Diminuição do colesterol plasmático LDL e aumento do colesterol plasmático HDL;

• Redução da pressão arterial de indivíduos com hipertensão leve;

• Alteração da estrutura da membrana das células sanguíneas, tornando o sangue mais fluído.

A sardinha, apresenta ainda uma excelente fonte de proteínas completas e de alto valor biológico, ferro, fósforo, magnésio, vitaminas A, B, D, E e K.


Uma vantagem para o consumo deste alimento é o seu preço, sendo um alimento de elevada qualidade nutricional e com baixo custo. Contudo, não é o único alimento com as propriedades benéficas descritas anteriormente, pelo que o seu consumo deve ser intervalado devendo a alimentação ser diversificada e composta por sardinha e outros alimentos com equivalência nutricional, nomeadamente o salmão, a cavala, o arenque, entre outros.


Devemos ainda ter em atenção a forma como preparamos e confeccionamos a sardinha. A sardinha frita ou confeccionada no microondas compromete a estrutura dos ácidos gordos e as suas propriedades benéficas devido à temperatura atingida e reações químicas ocorridas, pelo que se deve dar preferência à sardinha assada ou cozida.


As conservas de sardinha, por outro lado, preparam-se em óleo ou azeite, em tomate ou molho de escabeche. São geralmente de boa qualidade, embora muito mais energéticas: o seu valor, por cada 100 gramas, é de cerca de 250 kcal, no caso das conservas em azeite ou óleo; 180 kcal, nas conservas de tomate.


Lado a lado com...

A sardinha apresenta características semelhantes a outros peixes do mesmo tipo: cavala, arenque, atum, salmão, entre outros, no que diz respeito à sua funcionalidade proveniente da composição em Omega 3. Quando confrontada com a composição lipídica da carne, deve ser dada preferência ao consumo de peixe uma vez que a carne apresenta um teor superior de gordura saturada.

Relativamente à composição proteica de elevado valor biológico a sardinha assemelha-se aos outros peixes, à carne ou aos ovos, sendo que:

100g peixe aprox.= 100g carne ou aprox.= 2 ovos ou aprox.= 20g proteína.

Nota:
(1)
O Celacanto era considerado extinto até que o primeiro espécimen vivo foi encontrado na costa leste da África do Sul, em 25 de dezembro de 1938. Nesta época, já se conheciam cerca de 120 espécies de Coelacanthiformes que eram considerados fósseis indicadores, ou seja, indicando a idade da rocha onde tinham sido encontrados. Todos esses peixes se encontravam extintos desde o período Cretáceo.

Bibliografia Pesquisada:


Bruton, M.N. in Paxton, J.R. & W.N. Eschmeyer (Eds) (1994). Encyclopedia of Fishes. Sydney: New South Wales University Press; San Diego: Academic Press [1995]. 240 pp.

John A. Long (1995). The Rise of Fish, 500 million years of evolution. The Johns Hopkins University Press. 223pp.




Algumas receitas:

Peixe Frito ao Molho de Camarão

Ingredientes


- 1/2 quilo de filé de peixe ( pescada, robalo, badejo, etc.)

- 1/2 quilo de camarão médio

- 2 tomates médio picado

- 1 ramo de cheiro verde

- 2 biribiri (2) médios

- 1 limão

- coloral

- Sal a gosto

- 100 ml de leite de coco

- 100 ml de água

- 2 colheres de sopa de azeite doce

- 1 colher de azeite de dendê

- óleo pra fritar o peixe


Modo de Preparo

Lave o peixe com limão e tempere com sal e o coloral, frite o peixe em outra travessa prepare o camarão, colocando o tomate, o cheiro verde , o biribiri e o sal, o azeite doce, o leite de coco a água, e quanto começar a ferver coloque o azeite de dendê.

Coloque o peixe frito numa travessa e depois jogue o molho de camarão em cima do peixe.





Pargo Assado

Ingredientes:

(Para 4 pessoas)

• 1 pargo com 1,2 Kg

• 1 colher de café de sal

• pimenta

• 2 cebolas

• 500 g de tomate maduro

• 3 dentes de alho

• 1e1/2 colheres de sopa de azeite

• 1e1/2 colheres de sopa de óleo especial

• 1 ramo grande de salsa

• 1 cálice de vinho branco

• 500 g de batatas


Modo de preparo


Depois do pargo preparado, dê 3 golpes no dorso. Coloque o pargo num tabuleiro e tempere-o com o sal e pimenta. À volta do pargo, disponha alternadamente as cebolas e o tomate, previamente cortados em rodelas. Espalhe sobre o pargo e os legumes os dentes de alho finamente picados. Regue tudo com azeite e o óleo especial para cozinha e introduza no tabuleiro a salsa, em dois ramos. Leve para assar em forno quente, durante cerca de 40 minutos. A meio deste tempo, regue com o vinho branco e introduza as batatas cortadas em cubos (ou feitas em bolinhas), previamente aferventadas durante 10 minutos.

Deixe acabar de assar.



Calorias 345 / Proteínas 31.9 g / Hidratos de carbono 30 g / Gordura total 11,1 g /

Gordura saturada 2 g / Colesterol 87 mg / Fibra 4,9 g / Sódio 384 mg

Dicas úteis:

As receitas de peixe são saborosas e simples, como o filé de peixe, que passado no amido de milho fica mais crocante e com menos óleo. O peixe assado, se colocado em cima de rodelas de cebola ou fatias de batata crua fica mais saboroso e não gruda na forma, o peixe grelhado que temperado com vinho branco ganha um sabor especial, o peixe frito que fica mais gostoso quando colocado um ramo de salsa no óleo, entre tantas outras receitas de peixe que dão água na boca.





Manjubinha Frita

Ingredientes:

1 kg de manjubinhas

2 colheres (de sopa) de coentro picado

Suco de 2 limões

1 cebola média ralada

Farinha de mandioca

Sal a gosto

Pimenta-do-reino a gosto

Óleo para fritura

Modo de preparo:

Limpe os peixinhos deixando-os com as cabeças. Lave em água corrente e escorra bem. Misture o suco de limão com o coentro e a cebola ralada. Tempere com sal e pimenta.

Coloque as manjubinhas no tempero, misture bem e deixe tomar gosto por 15 minutos. Escorra-as bem, passe-as na farinha de mandioca e frite em uma panela com bastante óleo quente, até que estejam tostadas e crocantes.

Escorra em papel-toalha.

Dicas:

Sirva com limão cortado em 4 gomos e molho de pimenta à parte.

Serve 6 pessoas.


(2) planta tropical da família Oxalidaceae, conhecida também como bilimbim, biri-biri (nome de um peixe),limão-da-índia ou limão-de-caiena. No sul do estado da Bahia o bilimbi é muito utilizado na preparação de moquecas ou mariscados.

Espero que tenham gostado. Qualquer dúvida, enviem um e-mail, para que possa tentar sanar a mesma e ...
...Bom Apetite!!!.


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