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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vinho - Parte VI. A produção Mundial.



França:

A produção mundial de vinhos está dividida em Velho Mundo e Novo Mundo. No primeiro grupo estão os países europeus de longo prestígio na elaboração de vinhos nobres, como França, Itália, Portugal, Espanha, Hungria e Alemanha. No segundo time poderíamos dizer que estão os demais países, destacando-se os emergentes - Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul - e a América do Sul, com Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.

Por onde começar? Ou melhor, como resumir 2.500 anos de história do vinho em tão poucas páginas? Bem, vamos tentar pelo que se encontra nas prateleiras. Às uvas, então.
São francesas as grandes castas viníferas que hoje fazem a alegria de enófilos do mundo inteiro. Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Cabernet Franc e outras são castas francesas, mas cultivadas em muitos outros países e bem adaptadas a eles.
A França tem uma legislação austera, que torna seu vinho sinônimo de capricho e rigor. Não por acaso, o país é a grande escola de enologia para produtores do mundo inteiro, ainda que países emergentes busquem novos estilos de vinhos. Além disso, é um produtor e consumidor notável também em números: anualmente, produz cerca de sessenta milhões de hectolitros e consome sessenta litros per capita. Com tanto vinho assim, é evidente que não basta ser francês para ser bom. Existe muito vinho francês de qualidade duvidosa, por isso, na hora da compra, é importante observar no rótulo a região e o produtor.

Procure nos rótulos as classificações:

Vin de Table (Vinho de Mesa): categoria composta por vinhos simples, mais baratos, provenientes de várias regiões, em especial do Midi (Sul).

Vin de Pays (vinho Regional): de categoria superior ao Vin de Table, esse vinho é proveniente de regiões determinadas, especialmente do Sul.

Vin Délimité de Qualité Supérieure - VDQS (Vinho Delimitado de Qualidade Superior): antecede a categoria máxima dos vinhos franceses. São aqueles provenientes de regiões pequenas.

Vin d'Appellation d'Origine Contrôlée - AOC (Vinho de Denominação de Origem Controlada): nessa categoria estão os grandes vinhos franceses. As normas de produção são estabelecidas pelo Institut National des Appellations d' Origine (INAO), com sede em Paris.

São sete as principais regiões produtoras:

Bordeaux

No mapa: Sudoeste da França, na confluência dos rios Garonne e Dordogne.

É a região vinícola mais importante da França. De lá saem os grandes vinhos do mundo - os mais caros também.

Castas mais comuns: tintas - Cabernet Sauvignon, Malbec, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot; brancas - Sauvignon Bçanc, Muscadelle, Sémillon, Merlot Blanc.

É composta por sete sub-regiões: Graves, Médoc, Sauteners-Barsac, entre-Deux-Mers, Pessac-Léo-gnan, Pomerol e Saint-Emilion. Médoc é a mais famosa, dividida nas seguintes comunas, do sul para o norte: Margaux, Moulis, Listrac, Saint-Julien, Pauillac e Saint-Estèphe.

Não morra sem experimentar: Château Mouton- Rothschild, Château Latife-Rothschild, Château Latour, Château Margaux, Château Pétrus, Châteua Haut-Brion, Château D' Yquem.

Borgonha

No mapa: Centro-Oeste da França.

É considerada a segunda região vinífera mais importante do país. Produz brancos e tintos.

Castas mais comuns: tintas - Pinot Noir, Gamay; brancas - Chardonnay, Pinot Blanc, Aligoté. A Borgonha (Bourgogne) tem a seu favor o branco seco Montrachet e o tinto Romanée-Conti, dois dos maiores vinhos da França e, portanto, do mundo. De lá também são o branco Chablis e os tintos Beaujolais, inclusive o festivo Beaujolais Nouveau.

É composta por cinco principais sub-regiões: Chablis, Côte d'Or, Chalonnais, Mâconnais e Beaujolais.

Não morra sem experimentar: Le Montrachet, La Romanée-Conti, Château Fuissé, Clos du Roy.

Champagne

No mapa: Nordeste da França.

É uma das regiões mais importantes do país, pela produção dos desejados champagnes. Nas cidades de Epernay, Reims e Ay, próximas ao rio Marne, prospera o vinho borbulhante, sinônimo de alegria, sofisticação e elegância. Pelas leis locais, o champagne só pode ser elaborado com as uvas tintas Pinot Noir e Pinot Meunier e com a branca Chardonnay. O método de produção também é único, o champenoise, em que a segunda fermentação, a que produz as bolhas, ou perlage, se dá na própria garrafa.

Existem seis categorias de champanhe:

Não-millésimé: champanhe branco, comum, sem referência a safra. Corresponde a 80% de toda a produção de Champagne.

Millésimé: champagne com data, produzido com vinho de uma só colheita, geralmente muito boa. Deve envelhecer em adega por três anos.

Cuvée de Prestige: elaborado com os melhores vinhos das melhores safras. Champanhe nobre, muito caro, comercializado em garrafas especiais. Exemplo: Dom Pérignon.

Rosé: utiliza vinho ou mosto de uvas tintas, o que lhe confere mais o corpo.

Blanc de Blancs: elaborado com a uva Chardonnay.

Blanc de Noirs: elaborado com as uvas tintas Pinot Noir e Pinot Meunier.

Quanto ao teor de açúcar, existem seis tipos de champanhe:

Extra-brut: sem adição de açúcar (até 6g de açúcar residual por litro).

Brut: o mais seco( menos de 15g de açúcar por litro).

Extra-sec: muito seco (de 15g a 20g de açúcar por litro).

Sec:seco (de 17 g a 35 g de açúcar por litro).

Demi-sec: entre seco e doce (de 35 g a 50 g de açúcar por litro).

Doux: doce (acima de 50 g de açúcar por litro).

Não morra sem experimentar: krug, dom Pérignon, Bollinger, Piper-heidsieck, Louis Roederer, Veuve Clicquot, Taittinger, Pommery, Moët & Chandon.

Alsácia

No mapa: Leste da França, próximo à fronteira com a Alemanha.

Essa região difere do padrão francês de classificação, pois seus vinhos, em geral, são varietais (trazem o nome da uva no rótulo). Os vinhedos "perseguem" o rio Reno e as montanhas próximas. A região prima por vinhos brancos secos, frutados e de aromas ricos.

Castas mais comuns: brancas - Riesling Renana, Gewurztraminer, Muscat, Pinot Gris (ou Tokay d' Alsace), que produzem os melhores vinhos da Alsácia. Existem ainda uvas que produzem vinhos mais simples: Pinot Blanc, Pinot Noir, Sylvaner, Chasselas.

Não morra sem experimentar: Alsace Sélection de Grains Nobles, Alsace Grands Crus, Alsace Vendage Tardive.

Rhône

No mapa: Sul da França, às margens do rio Rhône. Referências: cidades de Lyon e Avignon, nas proximidades do mediterrâneo.

Castas mais comuns: tintas - Syrah, Grenache, Mourvèdre, Cinsault; brancas - Clairette, Grenache Blanc, Roussane, Bourboulenc.

São de lá: os grandes vinhos tintos Hermitage, com estrutura para envelhecer por muitos anos, e o Châteauneuf-du-Pape, prestigiado no mundo inteiro. Entre os brancos destacam-se o Château Grillet e o Coindrieu, ambos elaborados com a casta Viognier. É preciso citar também o Tavel, feito com a uva Grenache e considerado o melhor rosé da França.

Loire

No mapa: Norte da França, nos arredores do rio Loire.

Castas mais comuns: tintas (são as mais cultivadas) Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Gamay, Pinot Noir; brancas - Chasselas, Chenin Blanc, Sauvignon Blanc.

É composta por várias sub-regiões: Anjou-Saumur, Touraine, Muscadet, Sancerre, Pouilly Fumé, Vouvray etc.

Os rosés de Anjou ficaram famosos no Brasil, mesmo não sendo grandes vinhos. Hoje, os brancos e tintos Sancerre, o Pouilly Fumé branco seco e os Vouvray brancos, secos ou doces são, merecidamente, mais prestigiados aqui.

Midi

No mapa: estende-se do oeste do Rhône até os Pirineus, no Sul da França.

Castas mais comuns: tintas - Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Grenache, Mourvèdre, Cinsault; branccas - Chardonnay, Ugni Blanc.

É composta por três sub-regiões: Cotês de Provence, Languedoc e Roussillon.

Por muito tempo, essa região foi desvalorizada pela produção de vinhos comuns, mas isso está mudando. Uma nova mentalidade entre os viticultores vem introduzindo qualidade nos vinhos, a ponto de a região já receber o título de California francesa. Uma curiosidade: no Brasil, os rosés de Provence foram moda entre as décadas de 60 e 70.

Portugal:

A história do vinho em Portugal começou no século VII a.C., com a chegada dos gregos, que plantaram as primeiras vinhas na península Ibérica. Mas o que interessa mesmo é o século XV, durante o reinado de Dom Afonso Henriques, quando o país iniciou a política de exportação, na esteira dos descobrimentos. Outro nome importante da história do vinho português foi o marquês de Pombal, que em 1756 criou a primeira região de vinhos demarcada do mundo, o Douro, onde se faz o famoso vinho do Porto. Portugal é um país muito generoso em castas viníferas locais, entre elas Touriga Nacional, tinta considerada a rainha das uvas portuguesas, Touriga Francesa, Arinto, Sercial, Castelão, Periquita, Trincadeira etc. A diversidade é enorme, tanto de uvas brancas quanto de tintas, o que faz de Portugal um produtor original e muito qualificado.


Procure nos rótulos as classificações:

Vinho de Mesa: um "guarda-chuva" enorme, que abriga todos os vinhos mais simples que não foram encaixados em classificações no nobres.

Vinho de Mesa Comum: os mais qualificados trazem as indicações Reserva e Garrafeira no rótulo.


Pode ser:

Vinho verde: branco ou tinto, produzido apenas as indicações Reserva e Garrafeira no rótulo.

Pode ser:

Vinho verde: branco ou tinto, produzido apenas em região demarcada. É ácido e seco.

Vinho maduro: branco, tinto ou rosé, seco ou suave ( adoçado), produzido por processos convencionais de fermentação do mosto.

Vinho especial: são cinco categorias:

Vinho licoroso: com teor alcoólico elevado, de 18% a 22%.

Vinho generoso: vinho licoroso produzido nas regiões do Douro, Moscatel de Setúbal, Madeira e Carcavelos.

Vinho doce de mesa: vinho doce comum com, no máximo, 14% de teor alcoólico.

Vinho espumante natural: vinho com gás carbônico obtido da segunda fermentação em garrafa ou em tanques de aço.

Vinho espumante gaseificado: vinho com gás carbônico obtido artificialmente, com a ajuda de equipamentos especiais.

Vinho Regional: equivale ao Vin de Pays francês ou ao IGT italiano. Classificação criada em 1992, que abrange oito regiões de origem: Algarve, Alentejo, Beiras, Estremadura, Ribatejo, Rios do Minho, Terras do Sado e Trás-os-Montes.

Indicação de Procedência Regulamentada (IPR): criada em 1986, essa classificação é também chamada de vinho de qualidade produzido em região demarcada (VQPRD). Trata-se de uma vasta categoria, com trinta regiões produtoras.
Algumas delas: Alcobaça, Almeirim, Biscoitos, Chamusca, Chaves, Encostas d'Aire, Évora, Óbidos, Santarém, Torres Vedras.

Denominação de Origem Controla (DOC): essa categoria abriga os melhores vinhos portugueses, provenientes de várias regiões demarcadas.
São onze as regiões demarcadas:


Alentejo

No mapa: centro-sul de Portugal, na divisa com a Espanha.

Castas mais comuns: tintas - Alicante, trincadeira, Castelão Francês, Moreto, Aragonesa, Alfrocheiro; brancas - Arinto, Boais, Manteúdo, Roupeiro<>São de lá: Herdade do Esporão, Quinta do Carmo, Quinta da Terrugem, Paço dos Infantes, Cartuxa, Monte do Pintor.

Não morra sem experimentar: Pera Manca, Vila Santa.

Bairrada

No mapa: Centro-Norte de Portugal.

Castas mais comuns: tintas - Baga (ou Poerinha),Castelão (ou Moreto), Tinta Pinheira; brancas - Bical, Rabo-de-Ovelha, Maria Gomes, Sercial, Sercialinho, Arinto, Chardonnay.

A região produz vinhos para envelhecimento, com estrutura para evolução por um período de dez a quinze anos. São bebidas potentes, encorpadas e tânicas quando jovens. Aregião produz também excelentes espumantes.
São de lá: Bairrada Messias, Luís Pato, Caves São João, Casal Mendes, Bairrada Caves Aliança.

Bucelas

No mapa: vale do rio Trancão, 25 quilômetros ao norte de Lisboa.

Castas mais comuns: brancas - Arinto, esgana-cão, Fernão Pires, galego Dourado, Moscatel de Setúbal.

Região especializada em vinhos brancos, frequentemente comparados aos Médoc brancos e aos Chablis.

São de lá: Prova Régia, Quinta da Romeira, Bucelas Caves Velhas, Calhandriz.

Dão

No Mapa: Centro-Norte de Portugal, entre as serras Estrela, Caramulo, Buçaco e Lousã e os rios Dão e Mondego.

Castas mais comuns: tintas - Touriga Nacional, Tinta Pinheira, Tinta Carvalha, Bago de Louro, Alvarelhão, Bastardo, Alfrocheiro Preto; brancas - Arinto, Barcelo, Fernão Pires, Sercial, Dona Branca.

É a maior região vinícola de Portugal, com predominância de vinhos tintos (70%), muitos deles encorpados e macios, alguns com grande estrutura para envelhecimento.


São de lá: Conde de Santar, Real Vinícola, Dão Terras Altas, Dão Cardeal, Dão Catedral, Dão Aliança, Dão Grão Vasco, Duque de Viseu.


Douro/Porto


No mapa: Nordeste de Portugal.


Castas mais comuns: tintas - Bastardo, Tinta Francisca, Tinto Cão, Donzelino, Mourisco, touriga Nacional, Touriga Francesa; brancas - Donzelinho, Esgana-Cão, Folgazão, Gouveio (ou Verdelho), Rabigato, Malvasia Fina, Viosinho.


Região do famoso vinho do Porto, um vinho generoso apreciado no mundo inteiro. Com graduação alcoólica entre 19% e 22%, os vinhos do Porto são na maioria tintos e doces, embora existam alguns brancos e secos. O Douro vem se destacando também pela produção de bons vinhos não-fortificados, o que tem dado certa atualidade à região. Mas os rótulos tradicionais ainda dão muito prestígio ao Douro, afinal o melhor vinho português, o Barca Velha, da Casa-Ferreirinha, é feito na região.


São de lá os vinhos do Porto: Dom José, Sanderman, Churchill'a, Graham's, Fonseca, Messias, Noval, Taylor's Ferreira, Poças Junior e Croft.


São de lá os vinhos de mesa: Ferreirinha, Redoma, Porca de Murça, Quinta da Pacheca.


Não Morra sem experimentar: Barca Velha, Quinta do Côtto, Warre's, Adriano Ramos Ramos Pinto.


Madeira


No mapa: oceano Atlântico. A região demarcada inclui as ilhas da Madeira e de Porto Santo.

Castas mais comuns: tintas - Negra Mole, Terrantez; brancas - Malvasia, Sercial, Bol (ou Bual), Verdelho.

Produz vinhos brancos, doces ou secos, generosos fortificados. A graduação alcoólica, em geral, vai de 18% a 21%. Um dos grandes atrativos desses vinhos é sua capacidade de envelhecimento - até cinquenta anos.


São de lá: Blandy, Cossart Gordon, Leacock e Miles, todos produzidos pela madeira Wine Company.


Moscatel de Setúbal


No mapa: sul de lisboa, ao redor dos concelhos de Setúbal e Palmela.


Castas mais comuns: tintas - Periquita (ou Castelão Francês), Espadeiro, bastardo, Moreto, Monvedro; brancas - Arinto, Fernão Pires, Tamares, Bual, Manteúdo; moscatéis - Moscatel de Setúbal, Moscatel Roxo, Moscatel do Douro, Moscatel Branco.


O vinho mais famoso dessa região é o Moscatel de Setúbal, que inclusive dá nome a ela. Generoso fortificado, esse vinho tem estrutura para envelhecer entre vinte e quarenta anos.


A região produz ainda outros vinhos famosos, como o Periquita e o Quinta da Bacalhôa.


São de lá: Periquita, Catarina, Cova da Ursa, Meia Pipa, Camarate, Bse.


Não morra sem experimentar: Quinta da Bacalhôa.

Vinhos Verdes

No mapa: Norte de Portugal, tendo o rio Minho ao norte e o oceano Atlântico a oeste. Também banham a região os rios Lima, Cávado, Ave e Douro.


Castas mais comuns: Tintas - Azal Tinto, vinhão, borraçal, Espadeiro Tinto, Pedral, Rabo-de-Ovelha tinto, Brancelho; brancas - Azal Branco, Avesso, Batoca, Pedernã, Alvarinho, Trajadura, Loureiro.

Brancos ou tintos, os vinhos da região dos vinhos verdes devem ser consumidos jovens. De baixa graduação alcoólica, provocam uma agradável sensação de picadas na língua, devido à alta acidez e à presença de gás carbônico.


São de lá: Aliança, Acácio, Calamares, Casal Garcia, Gatão.


Não morra sem experimentar: Alvarinho Palácio da Brejoeira.


Outras Regiões

Algarve, Carcavelos, Colares.

Itália:

Tomar vinho e comer, para o italiano, é praticamente a mesma coisa. Em todo o país, topograficamente formado de colinas e montanhas, cultivam-se uvas viníferas e produzem-se vinhos, alguns muito elegantes, outros para o dia-a-dia. A rica gastronomia italiana é favorecida imensamente pela constante companhia da bebida, que atende a todas as especialidades regionais. Do Norte ao Sul do país vigora a "santíssima trindade mediterrânea", que nada mais é do que o tripé contituído de vinho, pão e azeite.

Esse traço cultural tão enraizado encontra, na legislação vinícola, suporte para que a Itália se mantenha entre os gigantes da produção mundial de vinho.

Procure nos rótulos as classificações:


Vino da Tavola (Vinho de Mesa): vinhos baratos e simples, para o consumo diário. De fácil compatibilização com a comida, os rótulos dessa categoria são os mais populares, porém abrigam alguns excelentes vinhos.

Indicazione Geografica Tipica - IGT(Indicação Geográfica Típica): essa classificação, criada no início dos anos 90, pode ser comparada ao Vin de Pays, da França. Fica entre a categoria mais popular, a Vino da Tavola, e outras de controle mais rigoroso.

Denominazione di Origine Controllata - DOC (Denominação de Origem Controlada): aqui as regras são mais austeras. A legislação determina o sistema de poda e plantio dos vinhedos, o rendimento máximo deuvas por hectare, o teor alcoólico dos vinhos, as técnicas de vinificação e os critérios de envelhecimento. E ainda não é tudo: os vinhos passam por degustação técnica e análise química para endossar sua tipicidade. Esses vinhos também podem trazer no rótulo a inscrição VQPRD - Vinho de Qualidade Produzido em Região Demarcada.

Denominazione di Origine Controllata e Garantita - DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida): é o top dos tops entre os vinhos italianos. As regras são ainda mais rígidas que as dos vinhos DOC. Anualmente, uma comissão gesgustadora oficial aprova ou reprova-os.

Espanha:

Desde que os navegadores fenícios plantaram os primeiros vinhedos em Andaluzia, em 1100 a.C., a produção de vinhos na Espanha passou por altos e baixos. Com a conquista romana em 200 a.C., o vinho teve um avanço. Já com a presença árabe nos primeiros anos da Idade Média, a bebida declinou. Veio a nova conquista dos cristãos, no final do século XV, e o vinho subiu outra vez. Nos séculos XVII e XVIII, enquanto a França brigava com a Inglaterra, a Espanha se tornava uma grande fornecedora de vinho para os britânicos. Houve ainda a praga da filoxera, que dizimou os vinhedos da Europa no final do século XIX. E assim, aos trancos e barrancos, a Espanha conseguiu impor seu vinho ao mundo, com destaque para o fortificado Jerez. As tradicionais regiões de Rioja e Ribera del Duero são festejadas com justiça no mercado internacional, e hoje várias regiões novas têm inovado e trazido um estilo moderno e de grande qualidade ao vinho espanhol.
Procure nos rótulos as classificações:

Vino de la Tierra (Vinho da Terra): Categoria inferior, que corresponde ao Vin de Pays francês.

Denominación de Origen DO (Denominação de Origem Qualificada): categoria criada em 1991, que identifica os vinhos da região de Rioja.

Alemanha:

Pode-se dizer que a Alemanha é a terra do vinho branco. O clima e o solo favorecem o amadurecimento das uvas brancas, daí vem o prestígio do país na produção do vinho correspondente. Mas a Alemanha também tem um histórico de guerras, e, obviamente, cada conflito a indústria vinícola sofreu. As guerras mundiais e a praga da filoxera representaram, no passado, grandes ameaças ao vinho. Hoje, o problema é outro: a lei que rege a produção do vinho - criada em 1971 e atualizada em 1982 - é alvo de críticas por parte de especialistas, por permitir que vinhos que vinhos ruins sejam classificados como de qualidade. É justamente o oposto do que ocorre nos demais países da Europa, onde as regras são muito rígidas. Além disso, o próprio idioma constitui uma barreira para a popularização do vinho alemão em outros países. No Brasil, por exemplo, para quem não fala a língua ou não é especialista em vinho, decifrar os rótulos é um grande desafio.

Brasil:

Hoje, podemos dizer que somos um país emergente, com um futuro promissor pela frente. O Brasil ainda não tem uma legislação detalhada, mas é possível apontar alguns locais como referências na produção de vinhos finos: Vale dos vinhedos, Campanha Gaúcha, Campos de Cima da Serra, Serra Gaúcha, todas no Rio Grande do Sul. Essas regiões concentram a maior parte da produção de vinhos de qualidade. Outra região que começa a aparecer no mapá é o Vale do São Francisco, no nordeste, que há anos produz excelentes uvas de mesa e agora tem se mostrado adequado também às cepas viníferas. De lá saem bons espumantes elaborados com a uva moscatel (o "Asti" brasileiro). Em outros estados, como Minas Gerais e São Paulo, são produzidos vinhos populares, feitos com uvas de mesa. Mas, mesmo nessas regiões, já se percebe o interesse de alguns produtores em entrar no mercado de vinhos finos. Um indício de que existe uma nova mentalidade se instalando é a crescente presença de cepas viníferas no Sudeste brasileiro.

O Brasil produz vinhos tintos, brancos, de sobremesa e, em especial, espumantes. O clima da Serra Gaúcha é parecido com o de Champagne, na França, o que explica a qualidade de nosso espumante. Marcas como Miolo, Salton, Cave de Amadeu, Don Laurindo, Chandon, Casa Valduga, Lidio Carraro, Pizzato, Marson, Don Giovanni, Château Lacave, Cooperativa Vinícola Aurora, Lovara, Cave de Pedra e Dal Pizzol vêm se aprimorando e ganhando consumidores cada vez mais constantes. A miolo, aliás, vai mais longe, com a consultoria do prestiado enólogo francês Michel Rolland na elaboração de seus vinhos.

Castas mais comuns: tintas - Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Gamay, Pinot Noir, Syrah, Tempranillo, Touriga Nacional; brancas - Riesling Itálica, Chardonnay, Moscatel, Trebbiano, Sémillon, Malvasia.

São daqui: Miolo, Salton, Cave de Amadeu, Dal Pizzol, Don Laurindo, Chandon, Rio Sol, Casa Valduga, Lidio Carraro. Château Lacave, Boscato, De Lantier, Cooperativa Vinícola Aurora, Almadén, Marco Luigi, Cavalleri.

Vinhos Africanos:

Nas duas últimas décadas houve grandes avanços e progresso na industria vinícola sul africana. Em meados da década de 80 o uso de novos e semi-novos barris de carvalhos passou a ser bem difundido pelos grandes produtores, para o envelhecimento dos vinhos tintos e em pequena escala para os vinhos brancos. As pragas, que sempre foram uma fonte de preocupação para os viticultores, foram totalmente controladas, se não dizimadas. As grandes vinícolas aderiram ao programa de replantio de suas vinhas, com a finalidade de aumentar a qualidade das cepas e consequentemente produzir vinhos de excelente qualidade.

Essa época marca a entrada da África do Sul, como um dos representantes dos vinhos do Novo Mundo, produzindo vinhos mais acessíveis logo após o lançamento, em vez de vinhos que exigem um longo prazo na adega.

O ajustamento com acido tartárico raramente é aplicado. Os chardonnays já não passam muito tempo em contato com o carvalho, a introdução da fermentação malolática trouxe uma nova dimensão aos estilos produzidos.

Os produtores adotaram praticas mais modernas de viticultura, um fator muito negligenciado no passado. Atualmente uma vinícola não entra em produção sem que estudos científicos de no mínimo dois anos sejam realizados, tais como, identificação do solo, condições climáticas predominantes, cepa e enxerto compatíveis um com o outro, a compatibilidade de ambos com o solo, necessidade de irrigação, entre outros fatores. O Conselho de Pesquisa Agricultural Nietvoorbij, hoje de renome internacional, e um dos grandes responsáveis por essas mudanças.

Outro fator essencial para a ascensão do vinho sul africano foi a conscientização dos produtores locais com a própria identidade do vinho do Cabo. Atualmente o Cabo já não se preocupa em copiar o estilo de "terroir" da Franca, Austrália ou Califórnia. O vinicultor local se deu conta que o Cabo tem o potencial de produzir o seu próprio estilo e competir com sucesso no exterior.

Porém, a indústria vinícola sul-africana ainda não se deu satisfeita com o sucesso alcançado nesses últimos anos. Os grandes vinicultores continuam experimentando, seja na vinícola ou dentro da adega, em busca de melhor qualidade e consistência.

Pesquisa: www.adegadovinho.com.br
www.e-vinho.com.br
pt.wikipedia.org
www.academiadovinho.com.br

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